“Então, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.” João 19:30
Essa é uma palavra que não ouvimos com frequência, mas que significa tudo para nós: Tetelestai. No grego, significa: está consumado. Salim, em aramaico, traz a ideia de: foi pago, foi cumprido, foi completo.
Esse foi o grito mais poderoso da história.
Naquela época, poucos entenderam a grandiosidade da cruz. Poucos perceberam que, ao gritar Tetelestai, Cristo estava encerrando a maior dívida que já existiu: a do pecado.
O sacrifício que muda o futuro da humanidade se completou com um grito silencioso e, ao mesmo tempo, estrondoso na eternidade.
Mas ainda hoje… negligenciamos o grito do nosso Salvador.
É como se estivéssemos em uma cela de morte, e alguém entrasse e dissesse:
“Você pode sair. A porta está aberta. A pena foi paga.”
Mas ainda assim, escolhemos continuar ali dentro.
Acorrentados, como se nada tivesse acontecido.
A Sexta-feira Santa é o dia de parar tudo e de lembrar da morte de Cristo e o que ela significa. De olhar para a cruz e permitir que ela nos transforme, e não apenas nos comova.
É reconhecer que, muitas vezes, vivemos como se a dívida ainda existisse e fazemos isso quando:
• Guardamos pecados de estimação, como se fossem mais seguros do que a liberdade;
• Fingimos devoção, mas evitamos rendição;
• Mantemos aparência de santidade, mas o coração está longe do altar.
Viver uma Sexta-feira Santa de verdade é deixar que o “está consumado” ecoe nas nossas escolhas.
É abrir mão do controle.
É confessar o que está escondido.
É parar de fingir que está tudo bem diante de Deus.
“Deus pode salvar o pecador que você é, mas não o santo que você finge ser.”
— Anthony of Sourozh
“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a um jugo de escravidão.”
— Gálatas 5:1
Na cruz, a justiça foi feita.
Na cruz, o amor venceu.
Na cruz, a obra foi consumada.
Você não precisa viver tentando pagar o que já foi pago. Mas também não pode ignorar o preço que foi derramado por você.
Tetelestai.
Não foi apenas o fim da dor.
Foi o começo da graça.