Paradoxo de São Petersburgo




Em 1713, Nicolaus Bernoulli lançou o paradoxo de São Petersburgo: 

Uma moeda justa é lançada até que saia cara pela primeira vez. Nesse ponto, o jogador ganha R$2^n, onde n é o número de vezes que a moeda foi lançada. Quanto alguém deveria estar disposto a pagar para jogar este jogo?” 

Você vai num cassino e este jogo é a sensação. Se demorar tempo suficiente para sair cara, você sairá rico da mesa; se não, você irá à bancarrota logo no início, caso o valor para jogar seja alto demais. 
O lucro esperado pelo jogador é descomunal (vai para o infinito), mas, na prática, o jogador não passa das primeiras rodadas e ganha R$2 ou R$4 em média. Teste! Observe que o jogo é deveras atraente, entretanto, seria necessário um imenso número de jogadas para você sair da mesa super milionário e o dono do cassino odiaria perder tanto dinheiro para um espertalhão que tentou a sorte e ganhou. 

Moral da história: ninguém possui dinheiro e nem tempo, infinito para tentar a sorte
É comum em nossas vidas adiarmos decisões, ações e esperar pelo momento ou condição perfeitos. O momento de ter melhores condições para estudar, ser bom/boa o suficiente para namorar, saber o suficiente antes de orientar e muitos outros ensejos. 
Na vida espiritual, com frequência agimos assim. 

A cada tentativa de desenvolver um relacionamento mais profundo, alguns acreditam que têm tempo infinito:

-" Talvez amanhã eu deixe aquilo que obsta meu relacionamento com Deus; quiçá mais tarde eu leia a Bíblia; pode ser que na semana que vem, a pregação me marque e eu verei que a mensagem veio de Deus; por certo me afastarei da imoralidade, mas hoje estou afim." E a lista segue.

Em Hebreus 3:13 diz: 

Pelo contrário, animem uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama ‘hoje’, a fim de que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado.” 

A lentidão para entregar-se completamente, cobra o seu preço: ser vencido pelo pecado e ter o coração endurecido. 
Ou você mata o pecado em sua vida, ou o pecado certamente te matará. Não se pode viver como se houvesse um número infinito de dias ou infinitas oportunidades para se entregar, enquanto somente desejamos ter a vida transformada por Cristo. Não somos imortais.

Ellen White diz: 

O desejo de bondade e santidade é, em si mesmo louvável; de nada, porém, valerão essas virtudes, se ficarem somente no desejo. Muitos se perderão enquanto esperam e desejam ser cristãos. Não chegam ao ponto de render a vontade a Deus. Não escolhem agora ser cristãos.” 

Como o trabalhador da parábola que achou um tesouro escondido no campo e estava disposto a fazer tudo que estivesse a seu alcance para obter o campo e o tesouro, assim devemos ser. 
Toda pedra que atrapalhe nosso caminho para o céu deve ser retirada. Ninguém possui tempo infinito para se entregar inteiramente e como se diz:

Hoje, se ouvirem a sua voz, não endureçam o coração”, pois “perto está o Senhor.” 

(Hebreus 3:15, Filipenses 4:5)

Por Jefté David