"Fiel até a morte"

 

“O dragão ficou irado com a mulher e foi travar guerra com o restante da descendência dela, ou seja, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus.”

‭‭Apocalipse‬ ‭12‬:‭17‬ ‭NAA‬‬


Um dos capítulos mais impressionantes do Apocalipse, certamente é capítulo 12. Ele se encontra exatamente na seção central do livro, onde podemos analisar o clímax do conflito cósmico entre o governo de Deus e as potestades de Satanás.


Toda essa controvérsia têm propósitos em comum, mas ao mesmo tempo, distintos: A Lei de Deus e a Verdadeira Adoração.


“Desde o início do grande conflito no Céu, tem sido o intento de Satanás subverter a lei de Deus. Foi para realizar isto que entrou em rebelião contra o Criador; e, posto que fosse expulso do Céu, continuou a mesma luta na Terra. Enganar os homens, levando-os assim a transgredir a lei de Deus, é o objetivo que perseverantemente tem procurado atingir” (GC 582.1).


No início do capítulo, já nos é apresentado uma mulher “vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça” (Ap 12:1), fazendo uma alusão ao sonho de José (Gn 37:9) que simbolizava toda a casa de Jacó/Israel, que hoje é composta por todo aquele que crê em Cristo (Rm 11:26, 27).


Em contrapartida, há o antagonista do capítulo, o dragão, chamado de Diabo e Satanás e curiosamente de “a antiga serpente” (Ap 12:9), levando nossa mente de volta a Gênesis 3:15. 


A princípio, a luta de Satanás é contra o Filho da mulher, Cristo Jesus, o cabeça da igreja (Ef 5:23). Mas o inimigo sai derrotado, pois o Messias acende ao trono de Seu Pai como poderoso vencedor (Ap 12:5), vitória essa conquistada na cruz de forma definitiva (Cl 2:15). Como não lhe foi possível obter vitória sobre Jesus, seu alvo agora é a própria mulher, a igreja do Deus vivo, e a ira do dragão se acende cada vez mais, pois “pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12).


O texto continua relatando as fortes perseguições que o diabo empenhou contra o povo de Deus, porém, a mão protetora do Eterno estava e está sobre eles. Todavia, para modelar o caráter de Seu povo, Deus permite com que sua fidelidade seja provada, para que “mesmo diante da morte, eles não amem a própria vida” (Ap 12:11). Jesus já lhes declarou dizendo: “sê fiel até a morte, e te darei a coroa da vida” (Ap 2:10).


Certa vez, no segundo século de nossa era, sob as perseguições do Império Romano, o bispo de Esmirna, Policarpo, foi preso e forçado a blasfemar de Cristo, caso contrário, seria cruelmente morto. Sua resposta foi a seguinte: “Oitenta anos o servi, e ele nunca me fez mal algum; como haveria eu de blasfemar contra meu Rei, que me salvou?”.


Em 1572, no massacre de São Bartolomeu, em Paris, quando o protestantismo estava ameaçado de extinção pelo catolicismo romano, um fiel cristão chamado Coligny ao ser ferido por tiros antes de morrer, disse a seu amigo: “Ó irmão, agora percebo que sou, de fato, amado por Deus, pois por Sua santa causa fui ferido”.


Em 19 de julho de 1618, enquanto os cristãos da Inglaterra eram firmes observadores do domingo e não toleravam sua transgressão, um homem chamado John Trask foi sentenciado a ser chicoteado, ridicularizado, mutilado e condenado a prisão perpétua por conspiração. Segundo os juízes, ele era líder de uma “seita de separatistas extremos “que acreditavam que as leis do Antigo Testamento, incluindo o sábado do sétimo dia e a lei dietética mosaica, continuavam em vigência para os cristãos. Ele se retratou e mais tarde foi solto. Mas sua esposa Dorothy ficou presa por 25 anos por não desistir do sábado do sétimo dia. (The Sabbath in Puritanism, 237).


Meus amigos e irmãos, vivemos hoje no tempo do fim, e a ira do dragão está mais intensa do que nunca antes contra nós, pois somos os embaixadores de Deus na Terra, povo peculiar, reparadores de brechas e depositários de Sua santa Lei. Em breve nossa fidelidade terá de ser provada, como ocorreu com nossos irmãos do passado, estamos dispostos a amar a verdade acima de tudo, inclusive, de nossa própria vida?


A nós pertence a seguinte exortação da mensageira do Senhor:


“Pessoa alguma, a não ser os que fortaleceram o espírito com as verdades da Escritura, poderá resistir no último grande conflito. A toda alma virá a inquiridora prova: Obedecerei a Deus de preferência aos homens? A hora decisiva está mesmo agora às portas. Estão nossos pés firmados na rocha da imutável Palavra divina? Estamos preparados para permanecer firmes em defesa dos mandamentos de Deus e da fé de Jesus?” (GC, 593, 594).


Que Deus te abençoe!


Texto escrito por Caio Silva.