Para alguns, lutar contra o racismo é uma bestagem. Mas se calarmos o que vai acontecer? O dicionário traz algumas definições a respeito do racismo, que diz: substantivo masculino
1.
conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças, entre as etnias.
2.
doutrina ou sistema político fundado sobre o direito de uma raça (considerada pura e superior) de dominar outras.
3.
preconceito extremado contra indivíduos pertencentes a uma raça ou etnia diferente, ger. considerada inferior.
4.
POR ANALOGIA
atitude de hostilidade em relação a determinada categoria de pessoas.
Já olhou uma árvore que têm raízes enormes e essas raízes se prendem ao chão, em que para retirá-las é preciso de algum instrumento que exerça sobre a raiz uma força tremenda para que seja possível arranca-la? Então, o racismo é parecido, ele está irraizado nas estruturas de nossa sociedade, e é preciso unir forças para retirá-lo de nosso meio, por isso, deve ser uma luta de todos.
Nós brasileiros sabemos muito bem que esse preconceito não é uma fábula e muito menos atual, ele atua na vida dos negros não por uma brincadeira competitiva, mas sim, porque ele existe e veio sendo estruturado ao longo do século XIX até o que a gente presencia hoje, é um assunto que pendura a gerações e percorre a História.
Até os anos de 1888, havia um regime extremamente escravocrata. Para apoiar essas crenças, doutrinas e sistema político, justificavam tais práticas através de teorias científicas, alegando que os negros eram de raças inferiores. Com esse ar de superioridade e prepotência via o direito, a base de violência e tortura, escraviza-los. Isso é um absurdo, tratar as pessoas com inferioridade, trata-las como se fossem um objeto, no qual quem tem menos melanina e maior poder aquisitivo exerce poder sobre o outro, sendo melhor e mais capaz.
A abolição aboliu a escravidão não aboliu o racismo. Quando começaram a trazer os europeus, como por exemplo os italianos e alemães para substituir a mão de obra escrava, muitos deles vinham para o Brasil já recebendo um pedaço de terra, um pouco de dinheiro e animais. Por que trazer estrangeiros ao invés de colocarem os negros como “parte da sociedade” e cidadãos que sempre foram? Porque o medo de serem comparados a eles ainda existia, o preconceito extremado ainda não havia sido abolido no abolir da escravidão. Foram substituídos como se fosse uma roupa velha, que não te serve mais e você simplesmente descarta. Os brancos daquela época tinham a escolha de agir diferente, no entanto, preferiram que os homens e mulheres negros e negras após a escravatura, ficassem sem terra, sem educação e sem trabalho. Quantas vezes isso se repete com nós mesmos, em diversas ocasiões damos ouvidos ao nosso egocentrismo e o preconceito que habita em nosso coração. Em alguns momentos fazemos questão de rebaixar outras pessoas e nos apresentar superiores a elas. Até às palavras pejorativas que usamos como se fosse algo aceitável e normal no nosso dia a dia, também são atos de racismo. Ver cristãos que maltratam e julgam pessoas por conta de sua cor de pele, essas pessoas não representam o cristianismo, essas pessoas não me representam, simplesmente vivem afundados em uma hipocrisia, vivendo um falso evangelho, um cristianismo de aparência. Não podemos de forma alguma, vê atitudes racistas, e simplesmente fazer de conta que nada está acontecendo, só porque não é comigo, estaremos sendo cúmplice de um preconceito que vem destruindo famílias, o racismo estrutural mata!
Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje,E atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado,Porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?Tiago 2:1-4
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